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Você já fez seu Checkup Corporativo?

As analogias do mundo corporativo com a medicina são frequentes. Dizemos que àquela empresa está saudável para referir que ela está em pleno desempenho, que está doente quando apresenta sérias dificuldades de resultado operacional ou que foi para a UTI quando enfrenta uma grave crise financeira. Essas analogias usadas na linguagem informal da gestão revelam que, tanto na medicina como na administração, lidamos com organismos complexos e dinâmicos, cujo sintomas são sinais de que algo não está bem e que se não tratado a tempo se transforma em situações crônicas.

Hoje vou tratar da importância do checkup corporativo que, como na medicina, tem a função de um diagnóstico geral. O principal objetivo é tirar um raio-X da empresa, onde todos os seus principais órgãos funcionais possam ser avaliados. São os departamentos comercial, marketing, operação, qualidade, logística e financeiro, além das principais dimensões da gestão: mercado, estratégia, eficiência, pessoas, cultura, risco e governança.

A ideia de uma varredura desta magnitude não é de otimização e detalhamento, mas sim identificar deficiências, ou mesmo oportunidades relevantes que possam exigir uma revisão da direção e um plano estratégico de transformação. O mergulho nos detalhes se faz necessário, mas é importante não se perder e conseguir extrair da complexidade uma visão sintética suficientemente clara e precisa.

Para evitar o risco de não chegar à conclusão alguma é preciso avançar com dois níveis de sintetização: primeiro se analisa os departamentos e as dimensões de gestão de forma isolada, para depois integrar o todo numa visão única. O primeiro nível de análise revela partes importantes sobre a situação da empresa, mas a análise de integração é a contribuição que permite chegar nas causas raízes, revelar oportunidades e dar clareza a uma nova direção a ser seguida. Um diagnóstico bem conduzido nos dois níveis traz elementos reveladores sobre a empresa, que muitas vezes surpreendem gestores e acionistas.

Como na medicina, é recomendado que o diagnóstico seja feito com um consultor que tenha experiência e seja externo e independente. Apesar de ser um trabalho a quatro mãos, envolvendo ativamente os gestores- -chaves da empresa, é fundamental uma visão de fora, que não carregue vícios naturalmente intrínsecos.

É fundamental que o consultor não tenha restrições no seu campo de trabalho, desta maneira é recomendado que se reporte diretamente ao conselho de administração, ou a acionistas que preferencialmente não estejam na gestão do dia a dia.

Um pouco diferente da medicina, o checkup corporativo não deve ser feito todo ano, mas sim em momentos de mudança importante da empresa, deve ser feito de forma preventiva, quando já se percebe sinais mercadológicos e de competividade mais desafiadores, ou quando aparecem os primeiros sintomas de perda de desempenho operacional.

Como estamos vivendo em tempos cada vez mais turbulentos, que exigem mudanças frequentes, faz sentido que um checkup completo seja feito a cada 3 anos de forma preventiva para garantir a longevidade da geração de valor da empresa.

              Alexandre Lapersonne

              Founder Partner